quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sexismo, parte II


O que esta mulher fez para merecer essas palmadas? Matou uma pessoa? O marido a pegou com outro?  Muito pior! Comprou a marca de café errada. Tsc tsc, absolutamente imperdoável, não sei como não a mandaram pro Marrocos pra levar as 80 chibatadas.

Alias, alguém aí já viu alguma propaganda de eletrodoméstico direcionada aos homens? Uma genérica, que seja? Pois é, eu também não... Quero saber quando a Brastemp vai se tocar de que a mulher pode ser algo além da dona-de-casa que passa, limpa, cozinha, cuida do filho ou então, no máximo, administra as empregadas.

E antes que alguém (oi, Índio) me chame de feminista, eu apenas não nasci com o gene de “prenda do lar” e não concordo com os padrões opressores baseados em diferenças de gênero. Tudo bem que essa propaganda do post é do tempo de D. Pedro, mas é basicamente a mesma tônica de alguns anúncios publicitários atuais que ainda circulam por aí. Ano passado, eu estava assistindo tv quando vi uma propaganda da Brastemp que me fez pensar. Era de uma máquina de lavar roupa. Duas mulheres conversando (já começa por aí, porque não dois homens?) uma comprou  a máquina  e a outra não. A que não comprou dizia, chorosa, que não colocava mais molho na comida para não sujar as toalhas de mesa e, conseqüentemente, ter menos trabalho na hora da lavagem. Na minha casa não vai ter Brastemp, é o meu protesto ridículo e isolado.

Ontem mesmo, fiquei IRADA assistindo “A mulher invisível”. Já achava o filme ruim, a série então, nem se fala. Pra quem não conhece a história, é sobre um homem (Selton Mello, casa comigo?) que namora uma mulher independente, bem sucedida, bonita e inteligente mas, num momento de crise conjugal, projeta uma mulher imaginária com todos os atributos que ele acredita serem necessários para ser considerada perfeita. Ela é gostosa, submissa, entende tudo de futebol, passa o dia de lingerie, não trabalha, faz faxina, ah, e é claro, serve o café da manhã na cama pra ele usando calcinha, sutiã e um quase avental (ou o projeto de um, o pedaço de um, sei lá) que a caracteriza como uma empregada doméstica. Pra que né, que ele vai se importar com sua pobre namoradinha profunda, quando ele pode ter uma mulher de mentira com um decote muito mais profundo? É, eu sei que é só um seriado, mas como é, meu Deus, que eu vou relaxar na terça feira a noite sem querer quebrar a tv? Como é, meu Deus, que eu vou agüentar ver o Selton Mello, incrível, nesse papel patético, nessa série boba (pense num roteiro fraco!)?

11 comentários:

  1. Ana,
    Onde é que eu assino teu protesto?
    Muuito bom,meus parabéns.
    e essa "discriminação" conosco sempre permanecerá,a não ser que algo sobrenatural aconteça,mas do contrário sempre nos olharão como "a responsável pela casa e que se dane o mundo" enfim né?
    Desculpe a sumidinha,Amada.
    Tive uma semana corridinha,agora acredito que acalme!
    Um beijo e uma abençoada Quarta pra ti.

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  2. Oi flor. passei pra retribuir a visita e saber...
    como vc está? ótimo texto viu, boas colocações. No dia-a-dia isso passa batido, como se fosse normal. beijos, paz e bem!

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  3. HAHA to honrado com meu nome no post, ó.
    Eu concordo que ainda existe um machismo na nossa sociedade. Mas é bom parar pra pensar no significado profundo dessas coisas hehehe

    A publicidade é voltada pro maior número de pessoas que o assunto puder entreter.. e, sendo assim, as propagandas de eletrodomésticos continuarão a envolver, em sua maioria, mulheres.. da mesma forma que propaganda de carro envolverão homens.

    É verdade que isso pode se tornar uma espécie de preconceito. Mas nem sempre é! O fato de eu concordar que a grande maioria das mulheres mexe melhor com cozinha do que os homens, e estes por sua vez são em maioria melhores em esportes, não significa dizer que eu não aceite ou acredite em um cozinheiro ou em uma esportista.

    É fácil encarar a publicidade direcionada como preconceito. Mas, na minha opinião, tá muito mais ligado ao fim da propaganda. Enquanto o mercado de eletrodomésticos continuar envolvendo mais as mulheres (independente de qualquer razão para isso), as propagandas irão continuar na mesma linha.

    E quanto ao seriado, acho que é sempre bom levar numa boa. Ele foi feito para ser engraçado.. e faz isso justamente mostrando (de forma suaeve) como é ridículo o machismo dos homens e como ele é imaterial e não mais real como era antes. A série só prova que, hoje em dia, é ilusório a concepção de mulheres submissas como antigamente.

    Relaxem, mulheres... nem tudo na sociedade é preconceito. É muito mais um jogo de interesses. O que não pode é aceitar que, no dia-a-dia, as pessoas ajam com preconceito com esse tipo de coisa. Aí, não.

    Mas que lugar de mulher é na cozinha.. é, viu? UAHEUAHUEHAE *apedrejado*

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  4. Caracas, não vou mais fazer esses posts grandes não. Sério mesmo. Quiser saber minha opinião só pessoalmente agora e_e'

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  5. -omg não é a primeira pessoa que eu vejo reclamando da tal "mulher Invisível" @_@
    bom, isso é uma coisa que se enraizou na sociedade e vai se dissipando com o tempo, por mais que ainda haja hj, a tendência é ficar cada vez mais fraco, eu acho hm'

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  6. Olha Indio, eu vou te dar uma coluna semanal no meu blog, haha.
    Ah, e lugar de mulher é na cozinha, no escritório, na presidência da república e onde mais ela quiser estar.
    Eu, particulamente, quando me casar, vou viver na cozinha mesmo, fiscalizando meu marido, pra ver se ele aprendeu a fazer o serviço direito...

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  7. Opa, acho que acabei de espantar todos os meus pretendentes

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  8. Oi, flor. Gostaria de pedir as devidas desculpas por ter passado tanto tempo sem escrever lá no blog (como se alguém desse a mínima,rs), mas enfim, ja voltei a escrever. O texto tá muito divertido, adorei. A verdade, como alguém acima citou, é que, sim, a publicidade geralmente não se importa muito em satisfazer o ego de pessoas cujos pensamentos estão firmados em valores, digamos, sentimentais. A vontade da publicidade é agradar à massa, e quando se fala de massa, especialmente o público alvo do seriado em questão, são os homens que chegam cansados do trabalho num dia de terça feira e tudo que querem é ver os homens que eles gostariam de ser projetado na tela. E aí, BINGO. Vem a publicidade e proporciona tudo que um bom homem com juízo quer : uma mulher sentimental, bonita, independente, elegante de um lado - pra dar amor e carinho nas horas de solidão - e outra, cujas curvas graciosas conquistam do mais pobre operário até o mais prepotente milionário do país (não que um milionário prepotente vá gastar seu tempo assistindo produto de entretenimento da globo, né). E no fim, sobra pra nós, mulheres, sobre as quais são projetadas todas as formas de idealização possível - desde a obrigação que malhemos 7 vezes na semana pra alcançar o corpo da Luana Piovani - até a obrigaçao de querermos sexo e futebol e cerveja e o diabo a quatro todos os dias.
    É, eu prefiro ficar na minha, porque to com preguiça de começar qualquer fagulha de revolução feminista agora... rs
    abraços. continue postando1

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  9. "Ah, e lugar de mulher é na cozinha, no escritório, na presidência da república e onde mais ela quiser estar.
    Eu, particulamente, quando me casar, vou viver na cozinha mesmo, fiscalizando meu marido, pra ver se ele aprendeu a fazer o serviço direito..."
    Malvada :/
    "Opa, acho que acabei de espantar todos os meus pretendentes"
    Euri disso kkkkk

    Quanto a parte do post que tu fala sobre a propaganda de eletrodomesticos, eu particulamente acharia meio estranho ver um comercial de geladeira com um homem!
    Opa... acabei de lembrar, eu já vi um! um nao, varios! Casas bahia, gabriela, louvre... (brincadeira kkk)
    Acho que já "fincou" na sociedade a associação da mulher com relação a esses produtos, não se trata mais de um digamos que "preconceito", e sim como algo que antes era meio q digamos uma "obrigação" da mulher e que acabou virando costume hoje em dia! todos estão acostumados a relacionar mulheres com isso ;)

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  10. olha eu não vou discorrer sobre o fato, só vou dizer que estou com saudade de conversar com você.
    beijão!

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