terça-feira, 26 de abril de 2011

Sexismo

Outro dia, passeando por uns sites, encontrei a imagem do post. “Que absurdo” pensei. Mas somente quando analisado da ótica da sociedade atual. Se esse anúncio existe é porque existiu um publicitário boçal o suficiente para criá-lo e consumidores (mais boçais ainda!) que certamente não o estranhariam.
A boa publicidade é impactante e choca de maneira positiva. A mulher rebolando semi nua na propaganda de cerveja não só não é revolucionário como também flerta com um dos clichês e esteriótipos sociais mais antigos do mundo, o da gostosa. E se você me perguntar, acho-o tão sexista e ofensivo quanto o da mulher levando um sopro de cigarro na cara. Por que? Porque mulher não é pedaço de carne.
A tradução da frase é a seguinte: Sopre o fumo na cara dela e ela o seguirá em qualquer lugar. Porque não existe nada mais sensual do que levar uma baforada de cigarro na cara. Eu, particularmente, prefiro enfiar a cabeça numa chaminé.

domingo, 24 de abril de 2011

O herói sem coração


O herói sem coração é antes de tudo um fraco, um negador. Para ser feliz é necessário negar problemas, esquecer as tragédias modernas, renegar as tristezas do mundo sem se importar com elas, não por maldade, mas por uma crua imaturidade.
O herói sem coração vive da velocidade dos relacionamentos superficiais, sem dor, sem afetos profundos, orgulhoso do seu desapego e da sua rapidez.
O herói sem coração é uma mensagem engraçada, uma cantada inteligente, uma estampa bonita, mas não mais do que isso, tem a profundidade de uma poça d’água.
Mas chega o dia em que o herói se deprime, e só sobra o desencanto de uma vida vazia. Aí então ele entende que o amor é a recusa desse desencanto, que ninguém é uma ilha, e que até mesmo ele precisa de algo que lhe dê a esperança de ‘sentido’. Entende também que o amor, ao contrário do que ele pensava, não é o abrigo dos fracos que temem a solidão. O amor está naqueles momentos em que tudo que existe no mundo se explica, tudo para em um suspiro, aqueles pequenos instantes de felicidade sem motivo. O amor exige coragem, o herói sem coração é, acima de tudo, um covarde.