quarta-feira, 20 de julho de 2011

De tudo um pouco.


Hoje, no aniversário de um mês e meio de abandono do meu blog, decidi postar algo. Li em algum lugar que a maioria dos blogs não continuam na ativa depois de dois meses de criação. Pensei: sou uma pessoa linear, determinada e decidida. Vou postar rigorosamente ao menos duas vezes por semana até o último período do meu curso para acompanhar o meu amadurecimento literário, não vou fazer parte dessa estatística etc etc etc. Bom, adivinha? Não postei todas as semanas. Adivinha de novo? Nem sequer continuo fazendo jornalismo.

Engraçado. Passei o meu último ano escolar planejando meu futuro, ia me formar em jornalismo e ser muito feliz e bem sucedida. O plano perfeito, sem espaço para defasagens e/ou fragilidades. Então, justo eu, que não suporta livros de auto-ajuda, vou ter que me abrigar na facilidade de um lugar comum e dizer que a vida não segue nenhum tipo de planejamento meticuloso e foi justamente por isso que o meu plano perfeito falhou.
Semana passada fui na UFMA me matricular em Direito. A primeira vez que eu entrei ali, trazia comigo um bilhão de aspirações políticas, planos de revolução por se concretizar, idéias, ideais e o que mais couber nos estereótipos dos alunos de Jornalismo. Na primeira aula, cada um fazia uma pequena apresentação e dizia os motivos que os levaram até ali. Falei algo a respeito de não gostar de estudos metódicos, de não me encaixar em nenhum outro curso e de como eu amava leitura e escrita. Mais verdadeiro impossível. E porque eu vou fazer Direito? Você me pergunta. “ Homem primata, capitalismo selvagem”. Pois sim. Passei muito tempo fechada em uma bolha de idealismos furados, eu sei que esse post está meio triste, mas nem era essa a intenção, deve ser só saudade...

Sexta no Reviver, enquanto eu caminhava pro carro com uns amigos, um garoto me assaltou com uma faca. Ele era negro, franzino, estava nervoso e provavelmente drogado. Que ladrão mais clichê!
Gritou: Passa o celular senão eu te mato. Eu entreguei. E em vez de raiva, senti uma angústia quase que inexplicável. Amanhã ou depois eu compro outro celular, enquanto ele vai continuar roubando pra cheirar colar, pra fumar crack, pra enganar a fome. E não me venham com idealismos! “ Ah Anna, ele é bandido, se ele quisesse ele conseguia trabalho” Ah claro, todos empregam negros, pobres sem estudo. E em relação a droga, se eu morasse na rua, acho que também precisaria de um alento. Planejei um post sobre inconstância, falei sobre sonhos furados e acabei criticando o sistema. Realmente, nada nessa vida segue roteiros.